Acadêmicas do curso de Psicologia falaram sobre esse tema crucial
Nesse mês, a campanha ‘Setembro Amarelo’ tem como tema “Agir salva vidas” e possui o intuito de alertar sobre os cuidados e a prevenção ao suicídio. Para tratar o assunto e explicar mais sobre essa importante campanha, as acadêmicas do curso de Psicologia do Unipac Barbacena e estagiárias dos serviços de Saúde Mental, Camila Aurea, Lavinia Vitoreti e Nicole Vasconcellos escreveram um texto especial. Confira abaixo:
O dia 10 de setembro é considerado o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Entretanto, durante todo o mês são realizadas ações voltadas a esse propósito. Esse movimento ficou conhecido como “Setembro Amarelo”. A data foi criada pela Associação Internacional para a Prevenção ao Suicídio e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
O movimento “Setembro Amarelo” teve origem nos Estados Unidos, quando o jovem Mike Emme, de 17 anos, cometeu suicídio em 1994. O rapaz era conhecido por sua personalidade carinhosa e habilidade mecânica, tendo como sua marca um Mustang 68 que ele mesmo restaurou e pintou de amarelo. Infelizmente, nem a família e nem os amigos de Mike perceberam os sinais de que ele pretendia tirar sua própria vida. No dia do velório, foi feita uma cesta com muitos cartões decorados com fitas amarelas. Dentro deles tinha a mensagem “Se você precisar, peça ajuda”. A iniciativa deu origem a um movimento importante de prevenção ao suicídio. No Brasil, a campanha teve início em 2015 incentivada pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).
Considerando o cenário atual da Pandemia de COVID-19, a temática tem ganhado maior relevância e repercussão internacional. A OMS alerta para o crescimento do número de pessoas em sofrimento mental em decorrência do isolamento social e das mais variadas adversidades impostas pelo contexto de exceção que aflige o mundo. Além disso, estudos científicos recentes apontam que os casos de depressão aumentaram 90% e o número de pessoas que relataram vivências de crise de ansiedade e estresse agudo mais que dobrou entre os meses de março e abril deste ano. O evento Diálogos com os trabalhadores da Fiocruz: Saúde mental e trabalho na Pandemia realizado em 12/08/21 pela Fiocruz, debateu sobre este cenário. Para os estudiosos, o estado de alerta e tensão constante referente ao risco de contaminação, o medo de contaminar a família e colegas de trabalho, a redução significativa de postos de trabalho e o desemprego foram as situações indicadas pelos especialistas como os principais elementos desencadeadores de sofrimento mental na atualidade. O sofrimento mental pode ganhar contornos que podem potencializar a vivência da ideação suicida e, por consequência, o suicídio. Desta forma, especialistas alertam que indivíduos com sintomas depressivos, ansiosos e de esgotamento laboral com ou sem histórico de tentativas prévias contra a própria vida devem receber atenção especial a partir de uma lógica preventiva. Portanto, se alguém próximo estiver apresentando sintomas, procure saber o que está acontecendo e quais sentimentos estão relacionados. Não tenha medo de perguntar se há ideação suicida e prontifique-se a prestar ajuda sem julgamentos morais, isso é fundamental! De uma forma geral, indivíduos com ideação suicida sentem-se sozinhos e, desta forma, a rede de apoio social é uma valiosa estratégia de suporte.
De acordo com o Ministério da Saúde, o suicídio é um problema de saúde pública e social e, diferente do que muitos pensam, pode ser prevenido na grande maioria dos casos. O estudo e a discussão do tema suicídio é uma das formas mais eficientes de se promover a prevenção, pois há consenso de que o fenômeno é um problema multifatorial de cunhos social, cultural e educacional, cercado de mitos, tabus e preconceitos. Deste modo, a prevenção deve buscar por estratégias que promovam a melhoria da qualidade do funcionamento dos indivíduos em seus contextos interpessoais e sociais, bem como diminuir significativamente as condições de risco emocionais, físicas e econômicas. Destaca-se também a importância de programas escolares específicos, nos mais diversos níveis, capazes de mobilizar a comunidade escolar para o debate e a identificação precoce de indivíduos demandantes de ajuda. Campanhas nacionais como o “Setembro Amarelo” são relevantes, porém não podem ser datadas. A importância do tema requer uma agenda de discussão perene em todos os espaços sociais.
Um outro ponto de destaque são os serviços de saúde capazes de ofertar suporte e acolhimento aos indivíduos em sofrimento mental. Em Barbacena, a Clínica Escola do UNIPAC se apresenta como importe dispositivo de atenção e cuidado integral à saúde em uma perspectiva interdisciplinar de assistência. Destaca-se o Serviço de Psicologia Aplicado, integrante da Clínica Escola, que oferece assistência psicológica aos moradores de Barbacena e região por meio do Plantão Psicológico e acompanhamento psicoterapêutico em suas diversas abordagens. O serviço é gratuito e se caracteriza por ser “porta aberta”, ou seja, não há necessidade de encaminhamento para acessá-lo. A Clínica Escola está localizada no Campus UNIPAC Barbacena, situado na Rodovia MG 338 km 12 – Colônia Rodrigo Silva. Os atendimentos psicológicos são agendados por meio do telefone (32) 3339-4992.
O Centro de Valorização da Vida (CVV) presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional e de prevenção ao suicídio, com atuação nacional. Os contatos com o CVV são feitos pelo telefone 188 (24 horas e sem custo de ligação), pessoalmente (nos mais de 120 postos de atendimento) ou pelo site www.cvv.org.br, por chat ou e-mail.
Além disso, os serviços públicos de Saúde Mental são espaços destinados ao acolhimento, suporte e tratamento de indivíduos em grave sofrimento mental, com destaque para os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). O CAPS Transtorno Mental é o centro que se dedica ao atendimento de casos graves e persistentes geradores de sofrimento mental. Já a unidade CAPS Álcool e outras Drogas é um dispositivo especializado no tratamento de indivíduos em sofrimento mental em decorrência da dependência de substâncias psicoativas. E por fim, o CAPS Infantojuvenil é a unidade que se dedica ao atendimento especializado ao público infantil e aos adolescentes com transtornos mentais graves e persistentes, inclusive pelo uso de substâncias psicoativas.
No âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS, outras unidades, dos diversos níveis de atenção à saúde, podem ser pontos de apoio e acolhimento aos indivíduos em situação de sofrimento mental, importantes dispositivos que compõem a Rede de Atenção Psicossocial no enfrentamento ao suicídio.
Endereços dos Centros de Atenção Psicossocial de Barbacena
- CAPS TM: Centro de Atenção Psicossocial – Transtorno Mental
Rua Ítalo Américo de Azevedo, Vilela
(32) 3339 – 2159
- CAPS AD: Centro de Atenção Psicossocial – Álcool e outras Drogas
Rua Ítalo Américo de Azevedo, Vilela
(32) 3339 – 2085
- CAPSi: Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil
Praça Adriano de Oliveira S/N, São José
(32) 3339 – 2096
