Este é o segundo câncer mais frequente entre as mulheres e o terceiro em homens
O UNIPAC, pensando no bem-estar e na informação, aderiu à campanha do Março Azul Escuro, que visa conscientizar sobre o Câncer Colorretal (CCR). Para falar sobre o assunto segue abaixo texto produzido pelo professor do curso de Enfermagem, André Herácelo de Azevedo.
No mês de março, temos a conscientização acerca do Câncer Colorretal (CCR), tema que ainda recebe pouca atenção da mídia e dos próprios profissionais de saúde. Dia 27 de Março é o Dia Nacional de Combate ao Câncer de Intestino, tipo de câncer mais prevalente na população acima de 45 anos.
O CCR é a segunda causa de óbitos nos EUA. No Brasil, a estimativa é de 40.990 casos por ano, sendo, 20.520 em homens e 20.470 em mulheres (INCA,2020). O número de mortes é de 19.603; sendo 9.608 homens e 9.995 mulheres (2018 – Atlas de Mortalidade por Câncer). Este é o terceiro câncer mais frequente em homens e o segundo entre as mulheres (excetuando os cânceres de pele), sendo o mais prevalente do aparelho digestivo. A incidência é de 1 em cada 10 tumores. No mundo, é o terceiro tipo de câncer mais comum e a quarta causa de mortalidade.
De origem multifatorial, o CCR é influenciado por fatores genéticos, ambientais e relacionados ao estilo de vida. Os fatores hereditários, como o histórico familiar de câncer de cólon e reto e as doenças inflamatórias do intestino representam apenas uma pequena parte dos casos, 3% a 4%.
Hoje a piora da qualidade nutricional contribuiu para o aumento no número de casos. Em contrapartida, por se tratar de fatores modificáveis, nos permite a mudança deste trágico cenário, melhorando nosso estilo de vida com alimentação saudável, ingestão de frutas, verduras e legumes, realização de atividades físicas, aliados à redução de tabagismo, etilismo, ingestão de carnes vermelhas, gorduras e embutidos.
A American Câncer Society (ACS) baixou a idade recomendada para rastreio do Câncer colorretal para 45 anos, pois a detecção precoce e a remoção de pólipos adenomatosos e outras lesões pré-cancerígenas reduzem a mortalidade por meio da redução da incidência e do diagnóstico precoce. A ACS recomenda preferencialmente um exame fecal de alta sensibilidade para sangue oculto (nas fezes) anualmente ou a colonoscopia de 10 em 10 anos.
Se detectada a presença de sangue oculto ou sangramento intestinal, que é um sinal significativo de acordo com cada caso clínico associado, é realizado o exame de colonoscopia e possível biópsia para elucidação e direcionamentos. Ressalta-se também a atenção com diarreia seguida de obstrução intestinal, diminuição do calibre das fezes, dor retal e anemias. Em especial nos Cânceres Retais temos a presença de sangramento anal, feridas nesta região, coceiras contínuas ou saídas de secreções, presença de nódulos, e também a mudança do hábito intestinal.
No Brasil, há grande dificuldade de acesso aos exames de rastreio e, mesmo os pacientes que apresentam sangramento intestinal, chegam a aguardar seis meses na fila do SUS para conseguir realizar um exame. A divulgação da doença esteve em alta nos últimos meses após a morte, aos 43 anos, do ator Chadwick Boseman, estrela do filme “Pantera Negra”. Aqui no Brasil acompanhamos a luta do ex-presidente da República José de Alencar, que nomeia atualmente o INCA (Instituto Nacional do Câncer) em sua homenagem e o relato da cura do músico e carnavalesco “Neguinho da Beija Flor”.
Eventualmente os tumores podem ser curáveis, a partir da remoção cirúrgica, levando em consideração: tamanho e metástases, além da utilização de quimioterapia, radiofrequência, drogas de alvo molecular e radioterapia, conforme cada caso clínico. Por isso, uma maior conscientização dos profissionais de saúde para indicar o rastreamento e o estímulo a hábitos de vida mais saudáveis podem melhorar este quadro.
Referências:
▪ Colorectal Cancer Screening for Average-Risk Adults: 2018 Guideline Update From the American Cancer Society. Ca Cancer J Clin 2018; doi: 10.3322/caac.21457, available in www.cacancerjournal.com
▪ Colon cancer screening should begin at 45, says US task force, BMJ 2020;371:m4188. doi: https://doi.org/10.1136/bmj.m4188
▪ Enfermagem em Oncologia/coordenadora Selma Mentosa Fonseca; Sonia Regina Pereira. –São Paulo: Editora Atheneu, 2013.
▪ Estimativa 2018: incidência de câncer no Brasil / Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Coordenação de Prevenção e Vigilância. – Rio de Janeiro: INCA, 2017. Disponível em www.inca.gov.br.
▪ Gilberto Amorim. (PEBMED) Oncologista e Coordenador Nacional de Oncologia Mamária da “Oncologia D’Or. Comitê Científico da FEMAMA, do INSTITUTO ONCOGUIA e da Fundação Laço Rosa
▪ Juliana Olivieri. J. (PEBMED) Ginecologista e Obstetra /Endocrinologista (IFF/Fiocruz)
▪ Vencer o Câncer. Varela, D. Maluf, FC. Buzaid, AC. São Paulo. Dendrix, 2014.