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Fevereiro Laranja: Conhecendo um pouco mais sobre a Leucemia

Autor: Marcelo Santos de Oliveira (Professor Mestre da disciplina de Hematologia Clínica do curso de Farmácia do Centro Universitário Presidente Antônio Carlos – UNIPAC). Colaboração: Prof. Angelo Roncalli Feitosa de Oliveira (coordenador do curso de Farmácia)

Durante o mês de fevereiro a Organização Mundial da Saúde (OMS) instituiu dois dias destinados à discussão e luta contra o Câncer: 4 de fevereiro é considerado o Dia Mundial de Combate ao Câncer e ,15 de fevereiro, Dia Internacional de Luta contra o Câncer Infantil. Nesse ano, o Fevereiro Laranja é destinado à conscientização da Leucemia, um tipo de câncer que acomete as células do sangue, conhecidas como glóbulos brancos ou leucócitos.

Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), são esperados para 2020 cerca de 10.810 novos casos de leucemia no Brasil. Minas Gerais é o segundo estado do Brasil com as maiores estimativas de leucemia (960 novos casos), ficando atrás apenas do estado de São Paulo (2.300 novos casos).

A leucemia ocorre mais frequentemente em adultos com mais de 55 anos, mas também é o câncer mais comum em crianças menores de 15 anos. Existem mais de 12 tipos de leucemia, sendo os quatro principais: leucemia mieloide aguda (LMA), leucemia mieloide crônica (LMC), leucemia linfocítica aguda (LLA) e leucemia linfocítica crônica (LLC). O tipo da leucemia depende do tipo de célula sanguínea que se torna cancerosa; e, se cresce rápido ou lentamente, o que caracteriza a doença em aguda ou crônica.

A leucemia acomete as células presentes na medula óssea produtoras dos glóbulos brancos, responsáveis pela defesa do organismo contra agentes infecciosos. Com a evolução da doença, o paciente apresenta diminuição da imunidade pois há diminuição das células normais no sangue e aumento de células neoplásicas, o que favorece a ocorrência de doenças infecciosas causadas por bactérias, vírus e fungos. Além disso, o aumento das células cancerosas na medula óssea compromete a produção dos glóbulos vermelhos (hemácias) ocasionando anemia cujos sintomas são fadiga, falta de ar, palpitação, e dor de cabeça. Também pode ocorrer diminuição das plaquetas, cujos sintomas iniciais são sangramentos nas gengivas, no nariz ou pequenos sangramentos ao longo da pele (petéquias). O paciente pode apresentar gânglios linfáticos inchados, mas sem dor, principalmente na região do pescoço e das axilas; febre ou suores noturnos; perda de peso sem motivo aparente; desconforto abdominal (provocado pelo inchaço do baço ou fígado); dores nos ossos e nas articulações.

Os fatores de risco para leucemia ainda não estão bem estabelecidos, mas existe a suspeita de associação entre determinados fatores de risco com uma maior chance de desenvolver alguns tipos específicos da doença: tabagismo (LMA); benzeno – encontrado na gasolina e largamente usado na indústria química (LMA e LMC, LLA); radiação ionizante (raios-X e gama); quimioterapia – algumas classes de medicamentos usados no tratamento do câncer e doenças autoimunes (LMA e LLA); exposição ocupacional ao formaldeído em indústrias (química, têxtil, entre outras); produção de borracha (leucemias); síndrome de Down e outras doenças hereditárias (LMA); síndrome mielodisplásica e outras desordens sanguíneas (LMA); história familiar; e, por fim, exposição a agrotóxicos, solventes e infecção por vírus das hepatites B e C (leucemias).

Diante da suspeita clínica de um quadro de leucemia por um clínico, o paciente deverá realizar exames de sangue e ser referenciado para um médico hematologista para definição do diagnóstico. O principal exame de sangue para confirmação da suspeita de leucemia é o hemograma. Em caso positivo, o hemograma estará alterado, mostrando na maioria das vezes um aumento do número de leucócitos, associado ou não à diminuição das hemácias e plaquetas.  A confirmação diagnóstica é feita com o exame da medula óssea (mielograma).

Quando um indivíduo apresentar sinais e sintomas relacionados à leucemia, deve procurar um médico para investigação diagnóstica, que se for realizada de forma precoce possibilita melhores resultados em seu tratamento e mais chances de cura da leucemia.


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