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Aluno do curso de Medicina Veterinária da UNIPAC Lafaiete vai ao Pantanal para o resgate de animais feridos

Aluno Lafaiete no Pantanal

Um incêndio está queimando desde meados de julho no Pantanal, deixando um rastro enorme de destruição em uma área maior do que a cidade de Nova York. Uma equipe de veterinários, biólogos e guias foram ao local, percorrer a esburacada estrada de terra conhecida como Rodovia Transpantaneira, tentando salvar animais feridos. Dentre estes profissionais, está o aluno do 9º período de Medicina Veterinária da UNIPAC Lafaiete, Enderson Fernandes Santos Barreto, de 22 anos.

O estudante contou ao Correio da Serra Universitário que recebeu uma convocação, no início de setembro, e embarcou, dia 10. “De Cuiabá ao Pantanal são cerca de 5 horas de viagem de carro. O trajeto da transpantaneira é todo de estrada de terra, com cerca de 150 quilômetros de distância, com toda sua margem devastada pelo fogo e mais de 100 pontes de madeira em situações críticas”, comentou.

O Pantanal é menor e menos conhecido do que a floresta amazônica, mas as águas normalmente abundantes e a localização estratégica da região — entre a floresta tropical, vastos campos do Brasil e florestas secas do Paraguai — o tornam um atrativo para os animais.

Os incêndios agora estão ameaçando um dos ecossistemas de maior biodiversidade do planeta, dizem os biólogos. O Pantanal abriga cerca de 1.200 espécies de animais vertebrados, incluindo 36 ameaçados de extinção. Em toda esta paisagem geralmente exuberante de 150.000 quilômetros quadrados, pássaros raros voam e a mais densa população de onças-pintadas do mundo vagueia.

O estudante da UNIPAC Lafaiete conta que participa do Grupo de Resgate de Animais em Desastres (GRAD), que é composto por médicos veterinários, brigadistas, bombeiros civis, voluntários da causa animal e acadêmicos. E participa deste voluntariado desde o rompimento da barragem de Brumadinho. O grupo, iniciado em 2011, pela ex professora da UNIPAC Lafaiete, Dra. Carla Sássi, já atuou em vários desastres Brasil afora.

Motivação e experiência

Depois de tudo que passou em sua jornada no Pantanal, Enderson disse que voltou a Minas com o coração cheio de esperança.  “Assim como todos do grupo, temos certeza que podemos lutar por um mundo mais digno para aqueles que não tem voz. Vamos continuar trabalhando no Pantanal, até que ele consiga se restabelecer com sua soberania natural. Devo ressaltar, que além de mim, a acadêmica Marilyn Nascimento, do curso de Educação Física, também compõe o grupo, e está neste momento empenhada no Pantanal. A mesma é Bombeira Civil, e preza pela segurança de toda equipe, a quem devo total gratidão e respeito pelo trabalho”, completou. O estudante já se encontra em Conselheiro Lafaiete, desde o último domingo (20/09) e segundo ele, mesmo de longe, está aliado a várias outras equipes e ONGs, garantindo a chegada dos suprimentos e realizando toda logística de trabalho das equipes que estão empenhadas a campo.

O aluno Enderson conta que sua maior motivação para ir até o Pantanal e ajudar os animais e também dar suporte às pessoas é seu compromisso de responsabilidade social. “A situação do Pantanal é extremamente complexa, o número de mortes de animais é algo imensurável. O nosso trabalho, aliado a nossa experiência de atuação em outros incidentes, possibilitou a criação de todo um planejamento para atuação em resposta a fauna atingida no Pantanal, dentro do que é possível de se fazer. Hoje, passamos pelo período chamado “Fome Cinzenta”, onde os animais estão morrendo de fome e sede, por não ter o que comer. A nossa corrida é contra o tempo. As nossas equipes estão empenhadas em fornecer água e alimento para esses animais. Montamos uma verdadeira operação de guerra, para dar a resposta aos animais atingidos a hora e tempo. Já temos mais de 70 pontos de alimentação e água ao longo da transpantaneira e às margens do rio São Lourenço. São vários animais que temos que fazer a realocação, capturando e levando para áreas com açudes e áreas verdes remanescentes”, contou.

Ele ainda revela: “nunca passou pela minha vida, que um dia eu teria que montar uma operação para levar água em caminhões pipas para a maior planície contínua de alagamento do mundo. Isso nos traz uma reflexão profunda sobre o nosso papel de preservação ambiental. Por toda extensão do Pantanal, nosso trabalho é uma agulha em um palheiro, mas será essa agulha que irá ajudar a costurar o futuro do Pantanal Matogrossense. Vamos continuar empenhados em alimentar e hidratar os animais sobreviventes, vamos honrar cada vida que sobreviveu a esse incêndio. Serão esses animais que vão repovoar um dos biomas de maior biodiversidade do planeta”. 


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