Notícias UNIPAC

Setembro Amarelo: Campanha de prevenção ao suicídio

campanha setembro amarelo

O objetivo da campanha deve pautar-se na busca do ideário de valorização da vida

A aluna do curso de Psicologia do UNIPAC Barbacena, Rejanne Sogno, revela no texto abaixo,  sobre a conscientização e prevenção ao suicídio:

O Setembro Amarelo, campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio, tem como proposta convocar a atenção de toda a sociedade para a problemática do suicídio, buscando garantir maior visibilidade à causa. De fundamental importância não só em setembro, mas durante todos os meses do ano, o objetivo da campanha deve pautar-se na busca do ideário de valorização da vida, capaz de alavancar mudanças subjetivas, familiares, sociais e políticas que possibilitem o deslocamento dos olhares em direção à saúde mental.

O tema da prevenção ao suicídio assume maior relevância neste momento em que nos deparamos com o resvaloso caminho de enfrentamento da pandemia do COVID -19. Imersos num contexto de incertezas que trazem medo e angústia, o agravamento do sofrimento mental é a realidade reverberada nos relatos daqueles que depõem sobre os percalços de suas experiências durante a pandemia. Insegurança com relação ao futuro e mudanças no ritmo das relações sociais acarretam reações de reajustamento situacional que vêm acompanhadas por ansiedade e estresse, intensificando o sofrimento psicológico.   

Segundo os dados de um estudo da UERJ, houve aumento considerável dos casos de depressão e da ocorrência de ansiedade, diretamente relacionados às consequências da pandemia, como o confinamento e a incerteza sobre o futuro. Tais constatações nos convocam a refletir sobre o assunto, eis que a tarefa da prevenção do suicídio não deve ser apenas atribuída aos profissionais da saúde mental. O engajamento de toda a sociedade na causa é necessário, bem como a busca de uma reflexão coletiva sobre o aumento sistêmico do sofrimento mental, potencializado, no momento, pelas consequências da pandemia.

Nota-se que a preocupação social se concentra nos efeitos biológicos da doença do COVID-19 em detrimento dos seus impactos na saúde mental. Além disso, muitos equipamentos de prestação de serviços comunitários estão restritos ao atendimento presencial apenas de demandas urgentes e muitas das ações coletivas, próprias desses serviços, não conseguem se reunir há meses. As dificuldades de acesso a aparato tecnológico por grande parcela da população também é um grande complicador, contribuindo ainda mais para o isolamento de grupos vulneráveis, como os idosos e pessoas de baixa renda.

Todos nós devemos estar atentos aos sujeitos que apresentam sinais como ideação suicida, histórico de tentativa prévia, ocorrência de eventos estressores significativos, como perda do emprego, impulsividade, divórcio, presença de outras doenças, aumento excessivo da carga de trabalho. Situações decorrentes do desdobramento das tensões psicológicas também demandam maior atenção, como violência doméstica, conflitos familiares, aumento do consumo de álcool e outras drogas. A recomendação para quem identifica esses sinais em si ou em outrem é buscar ajuda profissional.

Importante empreender esforços para promover a assistência apropriada em saúde mental e exigir o apoio necessário por parte do governo nas esferas federal, estadual e municipal, bem como buscar, através da informação, o apoio da sociedade e do setor privado à prevenção do agravamento do sofrimento mental. Solidarizar-se com essa campanha envolve estimular uma reflexão pessoal, social e política acerca do tema suicídio, buscando, antes de tudo, uma cultura de valorização da vida e a implementação de ações capazes de atender a grande demanda por saúde mental que ora se impõe e que possivelmente aumentará nos próximos tempos. 

Estudante de Psicologia, Rejanne Sogno

Política de Privacidade | Política de Cookies