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Unipac Barbacena adere à campanha Dezembro Vermelho: mês da prevenção e combate ao HIV/AIDS

Dezembro Vermelho

A coordenadora do curso de Enfermagem, professora Renilza Cabral, falou sobre o assunto e a importância da conscientização

Neste mês é celebrado o Dezembro Vermelho, campanha que tem como objetivo promover a conscientização, prevenção e combate à Aids. Para falar mais sobre o assunto, a coordenadora do curso de Enfermagem do Unipac Barbacena, professora Renilza Aparecida do Nascimento Cabral, preparou um texto. Confira abaixo: 

Dezembro Vermelho é o mês alusivo e dedicado à conscientização sobre a prevenção do HIV/AIDS e outras infecções sexualmente transmissíveis. A campanha acontece em nível nacional, com o desenvolvimento de ações voltadas para o combate ao HIV. O mês foi escolhido devido ao Dia Mundial da Luta contra a AIDS, que é celebrado no dia 1º de dezembro.

A AIDS é causada pelo vírus HIV, que interfere na capacidade do organismo de combater infecções. O vírus pode ser transmitido pelo contato com sangue, sêmen ou fluidos vaginais infectados. As manifestações iniciais são inespecíficas e podem levar a suspeita equivocada de um quadro gripal, como febre, dor de garganta e fadiga. A doença costuma cursar por um período prolongado de forma assintomática, até evoluir para AIDS, que comumente se manifesta com perda de peso, febre ou sudorese noturna, fadiga e infecções recorrentes. Assim, a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) é uma manifestação clínica avançada da infecção pelo HIV.

O risco para contrair o HIV é universal, mas alguns grupos são mais vulneráveis e, portanto, de maior risco, sendo:

  • 35 vezes maior entre as pessoas usuárias de drogas injetáveis;
  • 34 vezes mais alto para mulheres trans;
  • 26 vezes mais alto para as trabalhadoras do sexo;
  • 25 vezes maior entre homens gays e outros homens que fazem sexo com homens (HSH).

Os pacientes soropositivos, que têm ou não AIDS, podem transmitir o vírus a outras pessoas. Não existe cura para a AIDS, mas o diagnóstico precoce da infecção pelo HIV pode retardar significativamente o progresso da doença, bem como prevenir infecções  oportunistas e complicações.

De acordo com dados estatísticos do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), em 2020 havia uma média de 37,7 milhões de pessoas vivendo com HIV, sendo 36 milhões de pessoas adultas e 1,7 milhão de crianças com a idade entre 0 (zero) a 14 anos. Desse total, 53% das pessoas são mulheres e meninas, o que significa que toda semana, cerca de 5000 jovens mulheres entre 15 e 24 anos de idade são infectadas pelo HIV. De todas as pessoas vivendo com HIV, 84% conheciam seu status para HIV em 2020 e cerca de 6,1 milhões de pessoas não sabiam que estavam vivendo com o HIV em 2020. (https://unaids.org.br/estatisticas. Acesso em 10.dez.2021).

Os dados são inquietantes, tendo em vista as políticas públicas voltadas para o combate à  infecção e à doença desde o surgimento da AIDS, na década de 80. De lá para cá muitas conquistas foram alcançadas no enfrentamento da doença, como o compartilhamento de informações e a testagem e a oferta gratuita dos medicamentos antirretrovirais,usados para tratar a infecção, pela rede pública de saúde. Há de se destacar que a detecção precoce e o tratamento adequado contribuem para o alcance de uma carga viral indetectável e reduzem drasticamente o risco de transmissão.

Apesar dessas conquistas, dados do Ministério da Saúde indicam um cenário preocupante de quedas nos diagnósticos e na adesão ao tratamento contra o HIV durante as restrições impostas pela pandemia de COVID-19, quando muita gente deixou de fazer os exames de controle ou adiou o ajuste das medicações, o que causou 680 mil mortes por doenças relacionadas à AIDS em 2020.

O fato das pessoas vivendo com HIV(PVHIV) terem comorbidades mais elevadas, resultou em desfechos mais severos com a infecção da COVID-19 do que as pessoas que não vivem com HIV. Estudos realizados na Inglaterra e na África do Sul descobriram que o risco de morrer por COVID-19 entre as pessoas com HIV era o dobro da população em geral. As estatísticas globais sobre HIV em 2021 apontam que 36,3 milhões de pessoas morreram de doenças relacionadas à AIDS desde o início da epidemia.

Além dos impactos causados pela pandemia, o estigma e o preconceito que cercam a doença e a violência física e sexual também são fatores relevantes, reconhecidos como um problema que contribui para a transmissão e impacta na adesão ao tratamento.

Por isso, a conscientização das pessoas sobre o HIV/AIDS e as formas de prevenção é de suma importância para combater a discriminação e o preconceito e encorajar as pessoas a buscarem os serviços de saúde para o rastreamento precoce e o tratamento adequado quando diagnosticado como soropositivo. Esse é o maior desafio: superar o preconceito para ofertar um cuidado capaz de reduzir a mortalidade e combater o HIV/AIDS.


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