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Coordenador de Pedagogia do Unipac Barbacena comenta o ensino no pós-pandemia

O professor e coordenador do curso de Pedagogia do Unipac Barbacena, Adriano Nascimento, produziu um texto explicando sobre os desafios que o ensino enfrentará no cenário pós-pandemia.

Planejamento pedagógico sistêmico das atividades escolares deve ser o norte das unidades de ensino no contexto pós-pandemia

O professor e coordenador do curso de Pedagogia do Unipac Barbacena, Adriano Nascimento, produziu um texto explicando sobre os desafios que o ensino enfrentará no cenário pós-pandemia. Confira abaixo: 

Com a aceleração do processo de vacinação em nosso país e com a criação de protocolos de biossegurança temos assistido um retorno gradativo/parcial das atividades escolares.

Além dos desafios inerentes a criar e manter protocolos de segurança junto às crianças e adolescentes, nas mais variadas faixas etárias no contexto escolar, por diversas questões, mesmo com todos os esforços dos sistemas e redes de ensino, já se percebe que as escolas precisarão planejar ações de retorno que visarão, mais do que nunca, o desenvolvimento integral desses estudantes.

É fato que a pandemia promoveu uma grande alteração em todas as esferas sociais e isso impactou diretamente o modo de viver, interagir, aprender e ensinar. Nossas crianças e jovens que estão retornando às atividades escolares certamente são sujeitos influenciados pela brusca e inesperada mudança na forma de conviver, relacionar e principalmente por um novo jeito de aprender, de interagir com o objeto do conhecimento e com o professor e de se relacionar em sociedade.

Ao retornar para a escola, teremos crianças e adolescentes que terão desenvolvidas muitas habilidades no uso das tecnologias de informação e comunicação. Certamente, muitos terão em sua linguagem alguns termos inimagináveis aos contextos das crianças tais como, Google Meet, plataforma, formulários eletrônicos, aula virtual, ensino remoto e híbrido. Por outro lado, outros poderão retornar para as escolas com dificuldades de aprendizagem em diferentes campos do currículo, barreiras na interação social e no uso das mais variadas linguagens.

É neste momento que cada unidade deverá tornar vivo o seu projeto pedagógico, para que, em conjunto com toda a equipe escolar, valorizando os mais diversos agentes, possam ser criadas e promovidas ações que visem o desenvolvimento integral dos estudantes.

Se por um lado já existem diretrizes dos sistemas de ensino que recomendam, por exemplo, a realização de avaliações diagnósticas, faz-se necessário que, do ponto de vista interno, a escola exerça a sua autonomia e criatividade para implementar projetos que atendam o seu público.

O retorno das atividades escolares vai exigir das escolas a apresentação de uma identidade pedagógica que perpassará pela implementação de políticas que verdadeiramente partam das suas realidades, do seu público, dos seus anseios e demandas locais.

Será necessário um fortalecimento das políticas internas de cada unidade escolar. Isso não implica dizer que não deverá haver a implementação das políticas públicas em nível macro (federal, estadual e municipal). Mas sim, reforçar a ideia de que, dentro do bojo das políticas públicas amplas, deverá ser assegurado o financiamento, promoção e a implementação de políticas que partam da realidade situacional de cada instituição de ensino, sejam elas políticas que demandam ação do poder público ou políticas relacionados ao planejamento pedagógico institucional.

Para assegurar que esse retorno promova efetiva aprendizagem, as escolas certamente precisarão “desenhar” ações curriculares  pautadas no planejamento pedagógico institucional que permeiam  a implementação de projetos de ensino-aprendizagem focados nas fragilidades,  na adoção de práticas pedagógicas cada dia mais contextualizadas e focadas no seu público, no fortalecimento do trabalho multidisciplinar com outras redes de apoio, na celebração de parcerias diversificadas, na adoção de um currículo cada dia mais atrativo e plural, na implementação das novas tecnologias em sala de aula (mesmo que de forma paulatina), no desenvolvimento de grupos de formação continuada de pais,  na criação de redes de estudantes entre instituições escolares, no uso das linguagens da arte para  promover  o desenvolvimento comunicativo e criativo  e na adoção de estratégias de acompanhamento das aprendizagens de cada estudante.

 A adoção de um planejamento pedagógico institucional sistêmico e concreto por parte de cada unidade de ensino, apoiado por políticas públicas em educação, será o percurso mais coerente e qualitativo que as escolas poderão adotar para desenvolver as aprendizagens e promover o desenvolvimento integral de todos os estudantes no contexto da retomada integral das atividades.

Os desafios serão grandes. Mas, nossos educadores estão provando que, de fato, são profissionais capazes de   reinventar a educação, pois estão sendo heroicos e superando com competência, criatividade e muita crença no poder de emancipação da educação todos os desafios impostos pela pandemia do COVID-19.

Adriano Nascimento

Coordenador do Curso de Pedagogia – UNIPAC Campus Barbacena.


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